Oficina G3 em João Pessoa

Posted: segunda-feira, 25 de abril de 2011 by Radar - Pescador de Homens in
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                                                                         Foto: @oficina_g3
        

         Sábado, 16 de Abril de 2011. Após alguns meses de ampla divulgação e muita expectativa entre os fãs, chega o dia de mais um show do Oficina G3 em João Pessoa. 1 ano e meio após a sua última vinda à capital paraibana, tudo indicava que teríamos um show memorável: ginásio lotado desde cedo, produção muito bem feita e a banda passando por sua melhor fase.
          Por volta das 22 horas as luzes do Clube Cabo Branco se apagaram. Um público inflamado convoca o Oficina G3 ao palco com gritos de "DDG" - como o álbum "Depois da Guerra" ficou conhecido entre os fãs. Chamado atendido. Ao som da introdução do CD/DVD, que nos leva um verdadeiro clima de guerra, os seis músicos subiram ao palco. Os primeiros riffs de "Meus Próprios Meios" soaram como uma resposta à convocação do público, que naquele momento já não parava no chão.
          De peso, muito peso. Assim defino a primeira parte do show. Peso da sonoridade adotada pelo Oficina nos últimos anos, peso das mensagens passadas nas letras. São poucas as bandas cristãs com capacidade e coragem para romper com as composições óbvias e escrever sobre questões que incomodam e nos levam a refletir - é comum ouvirmos questionamentos em trechos das letras(principalmente nas mais recentes).
          O vocalista Mauro Henrique merece um destaque especial. Falar de sua potência e técnica vocal não é nenhuma novidade, mas confesso ter ficado admirado com a evolução dele no palco, mostrando-se totalmente adaptado a posição de front man de uma grande banda.
          Aliás, a competência ao vivo é uma das marcas do Oficina G3. E Celso Machado e Alexandre Aposan, membros não-oficiais, são peças fundamentais para a banda ter atingido o nível atual.
          Mas nem só de guitarras distorcidas vive o G3. As músicas mais leves são parte importante na história da banda. "Continuar", "A Ele" e "Incondicional" foram as baladas da noite. As três mensagens se completam, as melodias são lindas e os solos falam por si.
          Ainda nesse clima mais tranquilo , Jean Carllos, tecladista virtuoso e de grande presença de palco, trouxe uma reflexão, para cristãos e não-cristãos, sobre a diferença entre religiosidade e intimidade com Deus.
          É o próprio Jean quem assume os vocais da música seguinte. "Humanos" é um dos grandes sucessos dos quase 25 anos de Oficina G3. Em meio aos gritos de "Quando vamos viver a vontade do Deus Pai?", Duca Tambasco faz um solo que meus amigos e eu definimos como "monstruoso".  Duca que nessa fase DDG tem participação constante e importante nas linhas vocais.
          Naquele momento o show já era memorável. Poucas bandas brasileiras tem músicos tão virtuosos. Nós paraibanos temos raríssimas oportunidades de ver uma banda desse nível em ação. E quem não acompanha o Oficina tão de perto foi brindado com uma grata surpresa: um cover de Alive, música da banda americana P.O.D.
          Começaram as despedidas. Mesmo em meio aos pedidos de músicas mais antigas,  "Depois da Guerra" é quem costuma fechar os shows dessa turnê. E essa faixa reflete o cd como um todo: mensagem importante e um misto sensacional de peso e melodia. Mr.Afram ainda nos brindou com mais de 3 minutos de um solo no melhor "estilo Juninho". Ao som de "God Gave Rock n' Roll to You", o Oficina G3 se despede do melhor show que já fez em terras paraibanas.
          Parabéns ao pessoal do Renova Jampa por produzir um evento com estrutura à altura da daquela que considero a melhor banda de Rock do país, acima de qualquer muro que divida o Gospel do Secular. Ir ao show do Oficina G3 é uma experiência única; é mais do que música. Saí de lá motivado a levar para o meu dia-a-dia o que cantei e ouvi naquela noite marcante...


Luan Matias